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Brasil se surpreende com ataques em 'tom ofensivo' da Venezuela contra Lula e diplomatas
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O presidente Nicolás Maduro tem realizado ataques ao Brasil após recusa nos Brics, bloco dos países emergentes. Governo brasileiro não reconheceu vitória de Maduro em eleição sem transparência.
- Por Camilla Ribeiro
- 01/11/2024 20h50 - Atualizado há 1 mês
Uma nota foi divulgada pelo Itamaraty que considera uma "surpresa" o ataques da Venezuela ao presidente Lula ( PT) e a diplomatas brasileiros.
Os ataques ocorreram após o país ter atuado nos bastidores para bloquear a sua entrada no Brics, bloco dos países emergentes. Veja a nota íntegra ao fim deste post.O Brasil define como "tom ofensivo" o teor das declarações dadas pelo presidete Nicolás Maduro contra o presidente da República, Lula, diplomatas brasileiros e assessores do Palácio do Planalto.
"A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo", se posicionou o governo brasileiro, que ressaltou respeitar "plenamente a soberania de cada país".
Nesta sexta-feira (1), o Itamaraty definiu a divulgação da nota deixando claro que não gostou dos ataques de Maduro direcionados ao Brasil.
Eleição e recusa nos Brics
A Venezuela agravou a crise diplomática nesta semana ao convocar o embaixador do país no Brasil e disse que o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, atua como "um mensageiro do imperialismo norte-americano".
O início da crise ocorreu quando o Brasil não reconheceu a autoproclamada vitória de Nicolás Maduro na eleição do país, em julho. A vitória foi confirmada por órgão eleitorais venezuelanos que são alinhados a Maduro.
O Brasil também se declarou contra a entrada da Venezuela no Brics, o bloco dos países emergentes.
Íntegra da nota do Itamaraty
"O governo brasileiro constata com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais.
A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo.
O Brasil sempre teve muito apreço ao princípio da não-intervenção e respeita plenamente a soberania de cada país e em especial a de seus vizinhos.
O interesse do governo brasileiro sobre o processo eleitoral venezuelano decorre, entre outros fatores, da condição de testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho.
O governo brasileiro segue convicto de que parcerias devem ser baseadas no diálogo franco, no respeito às diferenças e no entendimento mútuo."